INTRODUÇÃO
Nos últimos anos a sociedade vem
discutindo a questão da adolescência seja dentro da família, ou até mesmo em
programas de televisão, o tema sempre é favorito, pois é nessa fase da vida que
o nosso processo psicológico, social e a maturação iniciado na puberdade se
acentuam. É importante diferenciarmos puberdade de adolescência, a puberdade é
o inicio da adolescência com transformações intelectuais e emocionais, onde a
maturação das funções fisiológica que capacita o ser para reprodução ocorre, é
uma fase de constantes adaptações, já a adolescência é um processo psicológico,
social e de maturação, iniciado pela puberdade.
A adolescência é um processo
psicológico quando falamos em personalidade, por exemplo, sendo que nesta fase
os distúrbios de conduta ocorrem com mais frequência, não que na fase adulta
esses distúrbios não ocorram, mas é na adolescência que esses distúrbios se
acentuam, a citar: a desobediência, mentira, inveja, agressividade,
egocentrismo, inatividade e insegurança.
Social, porque temos a necessidade
de viver e conviver com pessoas, sendo que essa necessidade vem acompanhada por
conflitos sociais, haja vista, que segundo Novello “o adolescente se ver
dividido entre o que ele é para a sociedade e o que ele gostaria de ser” (2004:177).
Novello versa sobre a maturidade
quando nos fala que ser maduro é
“aquele
que age e reage racionalmente de acordo com as circunstâncias, num sentido de
superação das dificuldades, levando em consideração o outro.”
A
adolescência nos pede esse agir e reagir de maneira racional, pois as
dificuldades vividas nessa fase são constantes, e não considerar o outro como forma
integrante do meio ao qual se está inserida, torna essas dificuldades ainda
maiores.
A moratória vivida pelo adolescente
se faz necessário, haja vista, que não se podem pular fases, por exemplo, sair
da infância direto para a fase adulta. A imposição da moratória faz a fase
adolescente ser uma fase de contestação aguda, pois para obter o reconhecimento
como adulto os jovens tomam atitudes às vezes rebeldes, retardando assim a
liberdade e independência tão almejada.
A adolescência idealizada ocorre
quando o jovem é privado de autonomia, ele quer logo ser reconhecido como
adulto, pois ele quer se alto gerir. A duração da adolescência varia conforme a
cultura de cada sociedade, de acordo com o ECA adolescente é “aquele entre doze
e dezoito anos de idade” (art.2º), então para fins civis a adolescência tem seu
fim aos dezoitos anos de idade.
A ADOLESCÊNCIA COMO MORATÓRIA
A
moratória no período da adolescência é enfatizada por Erikson (1976) quando o
mesmo menciona que ’’ adolescência é como uma fase especial no processo de
desenvolvimento ao introduzir o conceito de moratória identificando esse
período na concepção de confusão de papeis e dificuldades em estabelecer a sua
própria identidade é como período que passou ser o modo de vida entre a
infância e fase adulta’’.
A
adolescência é como moratória, por que nessa fase o adolescente espera ser reconhecido
como adulto, ele quer se tornar logo adulto, a espera imposta pela moratória
para alguns adolescentes às vezes se torna um entrave para tal concessão. Como
podemos observar no filme “quero ser grande”, vivido por Tom Hanks, história fantástica sobre um menino de doze anos que pede
para se tornar adulto a um boneco em um parque de diversões. No dia seguinte,
ele já aparenta ser um adulto e a mãe o expulsa de casa, pois não conhece
aquele estranho. Entretanto, ele continua sendo uma criança, apenas seu corpo
cresceu, e este seu lado infantil será uma arma a seu favor no mundo dos
adultos. Os adolescentes passam essa fase desejando se tornar logo adultos.
A
ADOLESCÊNCIA COMO REAÇÃO E REBELDIA
Essa
moratória imposta faz com que o adolescente seja inquieto, onde ele
constantemente faz revisão e contestação dos valores sociais adquiridos ainda
na infância, pois não basta apenas que seu corpo esteja maturado, para ser
considerado adulto, mas sim a sua forma de agir e reagir às regras imposta pela
sociedade, de maneira racional e tendo respeito aos demais integrantes dessa
mesma sociedade.
A
rebeldia é um comportamento comum na fase adolescente, comum no sentido de ser
frequente e não de ser próprio desta fase, o ambiente do adolescente é confuso
e conflituoso, pois os próprios adultos não sabem lidar com essas novas
transformações que os jovens apresentam, sendo essa confusão gerada a respeito
do que permitir, o que proibir e o que pode ser aceito desta nova pessoa que
está se situando de acordo com as regras da sociedade ao qual está inserido. Na
fase da adolescência utilizamos muito o recalque que é um mecanismo de defesa
proposto pela psicanálise, onde o indivíduo “não vê”, “não ouve” o que ocorre.
Existe o apagamento de uma parte da realidade, um exemplo disso é quando
entendemos uma proibição como permissão porque não “ouvimos” o “não”, por isso
o recalque é o mais radical dos mecanismos de defesa.
A
rebeldia pode ser apenas uma reação à falta de jeito dos adultos para lidar com
esta nova fase ao qual o adolescente está passando, a falta de compreensão,
apoio e esclarecimento a respeito das modificações, que muitas vezes assuntam o
jovem, faz com que ele demonstre de maneira radical ao ser tratado como a
criança que era, e que não tem maturidade suficiente para assumir uma vida
adulta. Se os adultos que se relacionam com o adolescente continuam a tratá-lo
como criança, se não conseguem aceitar que os interesses dele são outros e não
tiverem condições de estabelecer uma relação de colaboração e confiança, a probabilidade de
rebeldia na adolescência continuará sempre fazendo com que esta característica
seja marcante nesta fase.
A ADOLESCÊNCIA IDEALIZADA
Por ser um conceito moderno o
termo adolescência foi idealizado pelo adulto, sendo esta idealização criada
com o objetivo de que a moratória, seja mais aceitável pelo jovem. Esta
idealização faz com que os jovens sintam que tem uma obrigação de se sentirem
felizes, o que pode causar certa depressão em alguns jovens. Mas como ser
feliz se a moratória imposta pelos adultos privam os jovens de ter a sua tão almejada autonomia, esse é o
paradoxo vivido pelo adolescente, onde a passagem para a vida adulta é uma
verdadeira charada em nossa cultura, tendo, por exemplo, o filme “17 outra
vez”, onde conta a história de Mike um dos garotos
mais populares da escola, atleta a caminho de uma excelente universidade.
Mas, resolve jogar tudo para o ar e se casar com sua namorada de colégio.
Depois de 20 anos, quando sua vida não é exatamente aquilo que planejou, ele
tem um encontro com um misterioso funcionário da escola e, de uma hora pra
outra, volta há ter 17 anos. Aí é que começa uma série de trapalhadas e
problemas com a esposa e os filhos - que agora estudam com ele.
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O filme é no estilo de 'Quero Ser Grande',
estrelado por Tom Hanks na década 80, mas com uma história inversa.
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Nas
outras culturas é visível a passagem desse jovem para a vida adulta através dos
rituais de passagem.
A
duração da adolescência
No
começo da adolescência podemos observar as mudanças fisiológicas produzidas
pela puberdade, Novello (2004) descreve a puberdade como:
“a
fase do desenvolvimento do organismo humano em que o crescimento físico alcança
seu completo amadurecimento”
Sendo
a puberdade como a fase que inicia a adolescência e nela ao qual o jovem
adquire a maturidade orgânica necessária para a fase adulta, onde essa
maturidade do corpo do jovem vai adquirir as funções e os atributos do corpo
adulto. Como diz Calligaris “a puberdade ano a mais ou ano a menos, é a marca
que permite calcular o começo da adolescência” (2000-p. 19).
O
período da adolescência conforme Pacheco (2004) se caracteriza por faixa etária
entre 10 e 19 anos de idade, e por um intenso crescimento e desenvolvimento das
transformações anatômicas, psicológicas e sociais. As modificações anatômicas
são bem perceptíveis nos jovens, sendo que para as meninas a primeira
menstruação faz com que a criança até então seja reconhecida como uma adolescente,
já os meninos esse reconhecimento como adolescente demora mais para ocorre.
A
grande questão da adolescência é saber quanto tempo ela dura, em algumas
culturas a citar a cultura indígena, para o jovem se tornar adulto, este deve
submeter-se a um ritual de passagem ao qual irá fazer algumas provas
determinadas pelos mais velhos da tribo. Sendo o sucesso nestas provas o seu
concessão de ser reconhecido pela tribo como homem ou mulher. Os ritos de passagem são as cerimônias que marcam a mudança de um indivíduo ou de um
grupo de uma situação social para outra, em nosso trabalho destacamos a
passagem do adolescente para a fase adulta, por exemplo, o que ocorre em
algumas tribos.
Os
ritos de passagem são coisas de grande importância para os índios mais velhos e
os chefes das aldeias, é tradição, após a primeira menstruação as adolescentes
são condenadas a ficar presa por um ano ou mais, a comida é escassa. Já com os homens,
em algumas culturas, são obrigados a usarem luvas repletas de formigas
venenosas ou fazerem tatuagens feitas com espinhos e sem o uso de anestesia.
Em
nossa cultura ocidental há várias frentes quanto ao fim ou começo da
adolescência, no ano de 1989 foi estabelecido no ECA( Estatuto da criança e
adolescente) que adolescente é aquele que tem entre doze e dezoito anos de
idade,já para Pacheco mencionado acima a duração da adolescência fica entre 10
e 19 anos de idade
CONCLUSÃO
A adolescência é a fase onde os jovens
reconstroem bases adquiridas ainda na infância, sobre a sua própria base. Cabe
aos pais compreender e acompanhar tal construção, onde a comunicação entre pais
e filhos deve ocorrer sem resguardas, a fim de evitar atritos, é claro que essa
comunicação nem sempre é possível, pois os obstáculos existem, mas cabe aos
pais e filhos procurarem um jeito para que a relação entre ambos não venha a
ser prejudicada, pois ambos perderiam nessa relação. Aceitar que aquela criança
ao qual se carregava no colo aceitava seus conselhos e acreditava em tudo que
vocês pais diziam, não é nada fácil, mas com carinho, amor e compreensão e uma
grande dedicação a manter este jovem no rumo certo ao qual os pais almejam é
trabalhoso, então conhecer as mudanças ao qual os adolescentes passam é um
dever de casa, que os pais tem que se dedicar, afinal quem é pai hoje,ontem foi
um adolescente.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
BOCK,
Ana Mercês Bahia, FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria Lurdes T. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia-13.
Ed.reform. e ampl.-São Paulo: Saraiva,2002.
CALLIGARIS,
Contardo. A adolescência- São Paulo:
Publifolha, 2000-(Folha explica).
CONTINI,
Maria de Lourdes Jeffrey, KOLLER, Silvia Helena. A adolescência e psicologia:
concepções práticas e reflexões crítica-Rio de Janeiro: Conselho Federal de
Psicologia, 2002.
ECA.
Lei nº8. 069 de 13 de junho de 1990 (Estatuto da criança e adolescente)
disponível em: Http://www.planalto.gov.br/civil-03/leis.
acesso em setembro de 2012.
NOVELLO,
Fernanda Parolari. Psicologia da
adolescência: o despertar para a vida-6. Ed São Paulo: Paulinas, 2004.
Filmes
comentários Disponível em: http://www.cinepop.com.br/filmes/17again.htm>
Acesso em setembro 2012
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